18 fevereiro 2011
Acordei com vontade de cumprimentar o sol...
Mais uma vez acordei atrasada. O despertador já havia tocado meia hora antes e eu insisti em ficar mais um pouco na cama, presa em sonhos de uma noite mal dormida. Queria poder ficar nessa inércia para sempre, mas a preocupação de compromissos me fez levantar e encarar mais um dia. Fui andando devagar em direção ao banheiro, e com os olhos ainda entreabertos, me deparei com fortes raios de luz vindos da janela. Era o sol.
Foi inevitável não fechar meus olhos diante da dor de duas pupilas que se fecham repentinamente. Levei minhas mãos em direção ao meu rosto, e sem muito cuidado cocei tudo o que estava incomodando. Abri meus olhos novamente, e fui devagar em direção à janela.
- Olá, sol. - Sussurrei sem conseguir encarar aquela grande bola de fogo que estava parada no meio do céu. O silêncio daquele ambiente finalmente foi quebrado, não pelo meu sussurro, mas sim por uma rajada de vento que entrou, bagunçando meu cabelo. Foi a resposta do sol.
- Por que você é sempre assim tão forte? - Perguntei para mim mesma, tentando achar uma resposta para minhas fraquezas. Nesse momento eu senti um pouco de inveja da força do sol. Independente de chuva ou do inverno, ele sempre está ali, parado, refletindo uma força que consegue sustentar toda uma humanidade. Respirei fundo e tentei inspirar um pouco daquela essência para mim, mas nada aconteceu. Continuei ali, parada, inerte, sem sentido. A angústia que eu vinha sentindo há algum tempo só aumentou ao me deparar com algo tão grandioso. Eu acabei me sentindo muito pequena.
Continuei parada ali por alguns instantes, até notar que já havia passado mais de dez minutos, precisava correr. Olhei novamente para aquela grande bola de fogo e me dei conta de algo que eu nunca havia pensado antes: O sol tem tudo. O sol tem força, tem beleza, charme, poder, mas vive sozinho no meio de um infinito universo. O sol tem tudo, mas ao mesmo tempo não tem nada. Não tem amigos, não tem amores. O poder do sol é tão intenso que nada consegue se aproximar dele. Ele simplesmente consegue matar através dos seus lindos raios de luz.
- Obrigada por me fazer sentir. - Disse eu, não para o sol, mas para mim mesma. Um ser frágil que tem o poder de amar. - Ainda bem que eu posso sentir. - Sussurrei, dessa vez virando as costas e indo em direção ao banheiro. Estava na hora.
Nunca sinta inveja do poder, ele cega. Sinta-se capaz de amar além de tudo. O amor é a única coisa capaz de reconstruir uma vida.
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